sessenta




Contempla o manto templário
Reza no mesmo horário
Abstrato e imaginário
intuitivo e ordinário
contempla o mistério
E os seguidores de rumos aleatórios
avessos a sermões
nas entrelinhas esparsas
significantes de ameaças
E, refaça ilusões revendo utopias
Das estradas e dos guias.
Verás então na Rosa dos Ventos
Novos pontos cardeais
outros efeitos colaterais
Cibernéticos sinais
para além do que já é demais
e ainda assim restará no ar
uma nuvem tensa
de que uma nova nuvem apareça
e então nada mais
de novo aconteça.

Não sou de prestar atenção
Nos botões de certas camisas
Não lero in vero lero
Nem sei se quero o que não espero
Ainda que seja o inverso do verso
Impresso no reverso das moedas
De não sei Budas nem Vedas
E se nada mais me queda
Caio nesse espanto São Tomé
Meio zen, mais Tomzé...

Administrar as emoções
De ser um complexo mortal
Parece uma fácil equação
Com uma incógnita solução
Afinal, posso ser um paranormal
Posso ser o que nem penso
Posso não ter rumo nem senso
Normal dentro do real
Pasmo
Se não sou fruto de consenso
Ou se penso sobrenatural
Sou eu que me convenço
De não ser convencional.

Se sinto o que pressinto
Pressuponho o irreal
Reposto no que proponho
Ao todo normal
Histórico contra-senso
Do atento espiritual
Ao pensar no impossível
Como coisa natural.

Quanta conta quântica
Conto na semântica
O resto da água benta
O lago da placenta
O trago da tormenta
O pavor da morte lenta
O sabor da polenta
O gesto que acalenta
O incesto que inocenta
O afago da opulenta
Ou
Os estragos que me inventa
Minha alma anos sessenta.

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